Maria de Fátima Medeiros Queiroz, 47 anos, médica, concedeu essa entrevista que aborda o tema: preconceito racial.
1. Igor Quadros – Você acha que no Brasil existe preconceito racial? Por quê?
Maria – Existe, porque antes de tudo a gente tem uma cultura que foi baseada na escravidão em que os homens cresceram vendo os negros como seres inferiores e até hoje a gente vê que os negros ainda sofrem esse tipo de preconceito.
2. Igor Quadros – Você já viveu alguma situação de racismo? Caso a resposta seja positiva, como você se sentiu?
Maria – Eu tinha uma amiga negra que teve algumas situações que eu senti que as pessoas olhavam diferente pra gente, por eu está com ela que é negra. Já aconteceu de nós estarmos em uma loja, fazendo compras e as pessoas tratarem ela diferente e eu senti que era pelo fato de eu estar com uma negra.
3. Igor Quadros – Você sabe que medidas o governo já tomou em relação a esse assunto?
Maria – Tem muitas coisas que já foram feitas, uma delas é que no código penal considera crime o racismo. Qualquer pessoa que tenha uma atitude de racismo, se for denunciada ou pega em flagrante, é presa e responderá como um crime o ato de racismo que cometeu. As pessoas já têm recorrido a isso. Situações de pessoas negras, que não podem subir pelo elevador social, pessoas que chamam o outro de forma agressiva, chamando de “neguinho” “nego”, e outra situação é essa questão das cotas na universidade, que cria muita polêmica, mas é uma tentativa do governo de tentar recuperar a desigualdade que os negros sofreram desde o descobrimento do Brasil.
4. Igor Quadros – Quais as conseqüências do racismo pra sociedade?
Maria – Cria separação entre as pessoas, cria discriminação, exclusão e as pessoas começam a ver um ao outro como pessoas diferentes, como pessoas inferiores e isso em nada contribui, porque causa muita dor, as pessoas, as famílias sofrem esse tipo de preconceito e, ao mesmo tempo, os brancos que cometem esse erro vivem com a idéia de separação e de exclusão que em nada contribui pra melhorar a sociedade.
5. Igor Quadros – Você já teve alguma atitude racista?
Maria – Não. Atitude concreta não, mas já me vi em situações, por mais que no geral eu não seja racista, já me flagrei tendo pensamentos racistas do tipo: pessoas negras fazendo barulho, fazendo arruaça, e eu pensar: “isso é coisa de negro”. Por mais que eu me condene me pego, às vezes, tendo pensamentos que eu acho errado, mas vejo enraizados em mim pensamentos típicos de racistas.
6. Igor Quadros – O que você sugere para melhorar essa questão?
Maria – São várias questões, eu acho que é um grande avanço as leis que colocam racismo como crime e acho que não tenho muita certeza, muita opinião, em relação a essa questão das cotas, mas eu acho que as coisas que têm que ser feitas é na educação dos seus filhos. Em cada família que nasce uma criança, poder educá-la com a visão de que não existe diferença entre as pessoas, por questão de raça ou cor.
Eu acho que essa orientação é fundamental, porque as novas pessoas vão nascendo, vão crescendo sem essa idéia de que há diferença das pessoas por causa da cor e da raça. Outra coisa que eu acho que pode ajudar é a informação, por exemplo: muita gente branca acha que é superior ao negro, mas hoje a genética foi estudada e se descobriu que todos nós temos o mesmo código genético, muitos negros daqui do Brasil, por exemplo, têm muito mais gens da Europa do que os brancos.
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1. Igor Quadros – Você acha que no Brasil existe preconceito racial? Por quê?
Maria – Existe, porque antes de tudo a gente tem uma cultura que foi baseada na escravidão em que os homens cresceram vendo os negros como seres inferiores e até hoje a gente vê que os negros ainda sofrem esse tipo de preconceito.
2. Igor Quadros – Você já viveu alguma situação de racismo? Caso a resposta seja positiva, como você se sentiu?
Maria – Eu tinha uma amiga negra que teve algumas situações que eu senti que as pessoas olhavam diferente pra gente, por eu está com ela que é negra. Já aconteceu de nós estarmos em uma loja, fazendo compras e as pessoas tratarem ela diferente e eu senti que era pelo fato de eu estar com uma negra.
3. Igor Quadros – Você sabe que medidas o governo já tomou em relação a esse assunto?
Maria – Tem muitas coisas que já foram feitas, uma delas é que no código penal considera crime o racismo. Qualquer pessoa que tenha uma atitude de racismo, se for denunciada ou pega em flagrante, é presa e responderá como um crime o ato de racismo que cometeu. As pessoas já têm recorrido a isso. Situações de pessoas negras, que não podem subir pelo elevador social, pessoas que chamam o outro de forma agressiva, chamando de “neguinho” “nego”, e outra situação é essa questão das cotas na universidade, que cria muita polêmica, mas é uma tentativa do governo de tentar recuperar a desigualdade que os negros sofreram desde o descobrimento do Brasil.
4. Igor Quadros – Quais as conseqüências do racismo pra sociedade?
Maria – Cria separação entre as pessoas, cria discriminação, exclusão e as pessoas começam a ver um ao outro como pessoas diferentes, como pessoas inferiores e isso em nada contribui, porque causa muita dor, as pessoas, as famílias sofrem esse tipo de preconceito e, ao mesmo tempo, os brancos que cometem esse erro vivem com a idéia de separação e de exclusão que em nada contribui pra melhorar a sociedade.
5. Igor Quadros – Você já teve alguma atitude racista?
Maria – Não. Atitude concreta não, mas já me vi em situações, por mais que no geral eu não seja racista, já me flagrei tendo pensamentos racistas do tipo: pessoas negras fazendo barulho, fazendo arruaça, e eu pensar: “isso é coisa de negro”. Por mais que eu me condene me pego, às vezes, tendo pensamentos que eu acho errado, mas vejo enraizados em mim pensamentos típicos de racistas.
6. Igor Quadros – O que você sugere para melhorar essa questão?
Maria – São várias questões, eu acho que é um grande avanço as leis que colocam racismo como crime e acho que não tenho muita certeza, muita opinião, em relação a essa questão das cotas, mas eu acho que as coisas que têm que ser feitas é na educação dos seus filhos. Em cada família que nasce uma criança, poder educá-la com a visão de que não existe diferença entre as pessoas, por questão de raça ou cor.
Eu acho que essa orientação é fundamental, porque as novas pessoas vão nascendo, vão crescendo sem essa idéia de que há diferença das pessoas por causa da cor e da raça. Outra coisa que eu acho que pode ajudar é a informação, por exemplo: muita gente branca acha que é superior ao negro, mas hoje a genética foi estudada e se descobriu que todos nós temos o mesmo código genético, muitos negros daqui do Brasil, por exemplo, têm muito mais gens da Europa do que os brancos.
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Marcelo Dantas, aluno do colégio Antônio Vieira, 11 anos, entrevista sua mãe Elka Dantas, advogada, 40 anos, e, na entrevista, aborda o tema Preconceito Racial.
1. Marcelo Dantas – Por que você acha que existe o preconceito racial?
Elka – Porque o homem tem dificuldade em aceitar o próximo como ele é.
2. Marcelo Dantas – Na sua opinião, por que o preconceito racial ocorre mais com o negro?
Elka – No nosso país, o preconceito com o negro tem origem histórica, quando os negros aqui chegaram na condição de escravos.
3. Marcelo Dantas – Em sua vida, você já praticou algum preconceito com o negro/ Se sim, qual (is)?
Elka – Não, nunca.
4. Marcelo Dantas – Você acha que existe alguma possibilidade de acabar com esse tipo de preconceito?
Elka – Sim, conscientizando a sociedade através da educação, da ética e do respeito.
5. Marcelo Dantas – O homem negro é diferente do homem branco?
Elka – Apenas na cor, pois seja qual for à raça, todos somos humanos. Somos racionais, inteligentes, mas de nada vale a inteligência se não soubermos melhorar nossa capacidade de amar ao próximo.
6. Marcelo Dantas – A sua família tem antepassados negros?
Elka – Não. A minha família tem antepassados indígenas, muitas famílias têm antepassados negros.
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Tainá, 22, faz faculdade de direito e atualmente estagia em um escritório de advocacia que lida diariamente com causas relacionadas ao preconceito racial.
1. Taís Silva – O preconceito racial é um tema que vem sendo discutido há muito tempo, você acredita que as pessoas negras ainda sofrem bastante preconceito racial, atualmente?
Tainá – Sim. Porque o preconceito está entranhado na sociedade.
2. Taís Silva – Como você vê o racismo?
Tainá – Vejo o racismo como ele é, um crime, pois consta no artigo 5º da constituição que todos somos iguais perante a lei.
3. Taís Silva – No caso de uma pessoa sofrer o preconceito racial, qual atitude deve ser tomada?
Tainá – A pessoa deverá se dirigir a uma delegacia e dar uma queixa de crime de racismo
4. Taís Silva – Você acha que o preconceito racial tem diminuído com o passar do tempo?
Tainá – Sim. Porque hoje em dia é difícil ver uma cena de preconceito racial.
5. Taís Silva – Você já viu alguma cena quando criança de racismo?
Tainá – Não, que me recorde.
6. Taís Silva – Você já teve muitas amigas negras?
Tainá – Não, porque na minha infância não tive muitos contatos com pessoas negras.
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Ana Maria, economista de 46 anos, fala sobre o preconceito racial.
1. Giovana Baquiero – Ana, você teve alguma amiga (o) negra? Quais?
Ana – Sim, várias.
2. Giovana Baquiero – Você já viu algumas delas sofrer preconceito racial? Comente.
Ana – Não, nunca vi nenhuma das minhas amigas sofrerem preconceito racial.
3. Giovana Baquiero – E se você tivesse visto, qual seria sua reação?
Ana – Eu acredito que eu as defenderia, com certeza, porque antes da cor da pele e a condição financeira das pessoas existe um sentimento que é muito mais forte, que é o amor pela amiga, pelo próximo, pelo senso de justiça e pelo direito de todos os seres humanos de viver feliz.
4. Giovana Baquiero – Você abriria mão de alguma coisa na sua vida para manter amizade com um negro? Justifique.
Ana – Sim, eu deixaria de ir ao cinema, a uma festa, um aniversário, caso meu amigo negro fosse impedido de ir. Eu abri mão da minha privacidade para ajudar meus pais e Carlinha, a menina de dois aninhos, que foi criada junto comigo em nossa casa.
5. Giovana Baquiero – O que você acha que poderia fazer para acabar com o preconceito racial?
Ana – Eu acredito que as pessoas poderiam enxergar o lado bom dos seus semelhantes com mais facilidade e intensidade se pudessem conhecer de perto o prazer e satisfação de serem solidárias.
6. Giovana Baquiero – Você tem algum parente negro?
Ana – Sim, dois tios adotados por minha avó, um sobrinho e só.
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